Criado em 2007 a partir do Comitê de Geriatrias, o Departamento de Residenciais Geriátricos do SINDIHOSPA trabalha com a missão de qualificar o atendimento e os processos administrativos das empresas que atuam no setor.
Os 24 integrantes do grupo — todos proprietários de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) — reúnem-se duas vezes por mês. Organizados em subgrupos de atuação específica, discutem práticas, desafios e ações conjuntas para fortalecer a rede.
Na entrevista abaixo, o coordenador Thiago Lopes (gestão 2016-2017) apresenta uma breve análise do mercado de residenciais geriátricos em Porto Alegre, fala dos requisitos para a escolha de um local adequado e pontua: “a competitividade será cada vez mais definida pelos diferenciais”. Confira:
SINDIHOSPA: Quais são as principais pautas do Departamento no momento?
Lopes: Estamos trabalhando forte na linha de compras conjuntas para baratear o custo das empresas. A desospitalização e a implantação do prontuário eletrônico também são temas recorrentes. Desde o ano passado, estamos buscando uma maior aproximação com outros órgãos para a promoção de atividades conjuntas, como o COMUI (Conselho Municipal do Idoso de Porto Alegre) e a SBGG (Sociedade brasileira de Geriatria e Gerontologia).
SINDIHOSPA: Em linhas gerais, o que um residencial deve oferecer a um idoso e às suas famílias?
Lopes: As famílias buscam uma ILPI quando desejam ter uma assistência completa da saúde para seus familiares. O tipo de assistência varia em cada residencial. Alguns itens estão inclusos no valor da hospedagem e outros são opcionais, por exemplo: médico, fisioterapeuta, educador físico, terapeuta ocupacional, musicoterapeuta, pet terapeuta, entre outros. Nossa intenção é justamente conciliar assistência de saúde com o serviço de hotelaria de qualidade.
SINDIHOSPA: Como você enxerga o atual mercado de ILPIs em Porto Alegre? Quais os principais desafios para fortalecer o setor?
Lopes: O mercado está saturado. Houve um crescimento de 171 % nos últimos cinco anos. Nosso desafio, daqui para frente, é qualificar o atendimento e os serviços. A competitividade, cada vez mais, é definida pelos diferenciais.
Nosso grupo de trabalho procura atuar nessa linha. Estamos sempre buscando melhores negociações com fornecedores, por exemplo, para que a economia da empresa seja também a economia dos nossos clientes.
SINDIHOSPA: Para as famílias, o momento de procurar um residencial geriátrico é sempre delicado. De que forma vocês atuam para esclarecer os benefícios e fortalecer a imagem do setor?
Lopes: Uma das maiores missões do Departamento é justamente desmistificar o setor. Ano passado, lançamos uma cartilha com orientações para as famílias, que foi amplamente distribuído pela cidade. O material traz uma série de dicas sobre aspectos importantes para a escolha, como facilidades, opções de atendimento, custo-benefício etc.
Percebemos, sim, que muitas vezes há um sentimento de culpa associado à decisão. É o que acontece quando família se dá conta que não está mais conseguindo cuidar do idoso. E é para atenuar esse sentimento que trabalhamos. Há também uma comparação com asilos, que culturalmente são associados a uma imagem de abandono.
SINDIHOSPA: Porto Alegre é considerada uma cidade amiga do idoso pela OMS. A que se deve esse título?
Lopes: O título é referente a um compromisso que Porto Alegre firmou com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Mais do que um reconhecimento, é um acordo para que a cidade siga perseguindo os requisitos exigidos por essa instituição.
Não quer dizer que Porto Alegre já atende a todos esses requisitos. Mas vamos chegar lá! Temos ainda muito para avançar neste setor e é isso que procuramos no Departamento de Residenciais Geriátricos: estabelecer padrões de excelência do atendimento aqui em Porto Alegre.