Artigo: Nosso futuro em debate

O Brasil está envelhecendo. Em 2030, segundo o IBGE, o número de pessoas com 60 anos ou mais será superior ao de jovens entre 0 e 14 anos. Hoje, 28 milhões de brasileiros são idosos e nossa expectativa de vida já é de 75,8 anos. São dados positivos, indicando que vivemos mais. Mas também apontam a necessidade crescente de políticas públicas que preparem o país, estados e municípios para oferecer serviços de qualidade a essa população.

 
Porto Alegre larga com vantagem nessa corrida. A capital foi reconhecida pela OMS, em 2015, como Cidade Amiga do Idoso. Além disso, está em terceiro lugar no país no Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade – 2017, do Instituto Mongeral Aegon, vinculado à FGV.
 
O ranking avaliou questões que impactam no atendimento da terceira idade. Porto Alegre se destaca pela quantidade de residenciais geriátricos, e também pelos serviços de saúde. Mas temos de melhorar, por exemplo, na distribuição de renda – considerada uma das piores do país entre as 15 maiores cidades – e na taxa de ocupação.
 
Esses e outros aspectos são fundamentais para nosso futuro. As estruturas públicas devem estar prontas para assegurar qualidade de vida aos idosos. Isso passa por mais oportunidades de trabalho, assistência social para pessoas em situação de vulnerabilidade, programas específicos de saúde, melhorias na mobilidade, entre outras iniciativas.
 
O setor privado também necessita se capacitar, especialmente no segmento nos residenciais geriátricos. Neste sentido, o SINDIHOSPA, em parceria com o Sebrae/RS, realiza o programa Conexão Healthcare, para qualificar a gestão desses empreendimentos e o acolhimento dos idosos.
 
Não há tempo a perder. O envelhecimento da população é irreversível. Nossa expectativa de vida avança em dois a três meses ao ano e, em 2030, deve chegar a um ano de crescimento por ano-calendário. Unindo governos e sociedade, Porto Alegre pode ser uma grande liderança nesse debate. Quanto antes avançarmos na discussão, mais cedo estaremos preparados para enfrentar esse desafio. É o futuro e a qualidade de vida de todos nós que está em jogo.
 
 
Henri Siegert Chazan
Presidente do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre
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